top of page
Foto do escritorLuis Bernardes

4. Segredos da Pérsia Dia 3 2024.04.08

Atualizado: 20 de abr.




Hoje foi o último dia em Shiraz. Por aqui já não me perco. Já consigo andar pelo Bazar e pelas ruas sempre cheias de gente. A cidade é limpa, de ruas largas e com zonas pedonais que depois do pôr do sol se enchem de gente.


Shiraz é conhecida pelos seus jardins.


Foram 4 dias nesta cidade. Só gente boa por aqui.


O dia começou cedo. Hoje saímos às 09:30 para Persépolis e ainda tínhamos uma visita reservada a uma mesquita antes da partida. Esta mesquita é conhecida não pela sua religiosidade mas sim pelos vitrais coloridos que com a luz a entrar numa sala em particular reflete um jogo de cores lindíssimo.


O sol aparece e a sala fica cheia. Os visitantes, principalmente mulheres, atiram-se furiosamente para os melhores spots e num instante são fotografadas em todas as posições possíveis. É um jogo interessante de caça ao momento da luz perfeita.


Tiradas as fotos ai vamos nos até Persépolis. Terra por onde há pouco tempo o Ronaldo veio jogar para a liga dos Campeões asiáticos. A coisa até deu polémica pois toda a equipa teve direito a acesso às redes sócias + WhatsApp coisa que por estas bandas está barrada mas que todos contornam através da instalação de VPN no telefone tal como eu estou também a usar. Sem isso não estaria a publicar as minhas crónicas .


Bem, mas não vamos visitar Persépolis por causa do Ronaldo. Persépolis é sim mundialmente famosa pelo complexo de ruínas do tempo do Império Aquemerida. Foi a sua primeira capital e iniciou a sua construção uns 500 anos A.C.


Persépolis manteve a função de capital cerimonial, onde se celebrava o ano novo. Era uma residência real principalmente utilizada na primavera e verão.


Não restam muitos vestígios mas algumas imagens, esculpidas em pedra, são muito interessantes e mundialmente famosas e estudadas nas aulas de história.

Interessante a possibilidade de usar óculos de realidade virtual para em cada espaço perceber como foi no passado.


A visita, com guia, faz-se em cerca de hora e meia. Nós fomos acompanhados pelo nosso guia local- Mansour- de quem já vos falei.


Almoçámos perto das ruínas. Até agora foi a refeição mais cara. Foram 74 milhões de Rials. Sim, foi este dinheiro todo o que significa cerca de 11 zeros. Lá tive de contar 74 notas.

Ou seja 74 notas por cada um vezes 11 pessoas. Ou seja quem recebeu o dinheiro teve de contar 814 notas!!!


Nos restaurantes sempre que nos vêem com tantas notas para pagar riem-se ou perguntam se não podemos pagar com cartão .

No Irão toda a gente usa cartão para pagar. Até nos mercados mais tradicionais.

Mas devido ao embargo os cartões aqui usados só podem ser de bancos locais. Não existem acordos com Visa, ou outro qualquer.


Seguimos, por mais 5 minutos para a visita às ruínas de Necropolis. São esculturas esculpidas em rochas gigantes da mesma era dos Arquimideos e onde eram sepultados os reis e restante população. Tal como Persépolis agora é património da Unesco. Assim obriga as autoridades locais a preservar o pouco que resta deste importante património.


Regressámos à “nossa” Shiraz. Eram umas 5 da tarde. Ficamos um pouco na converseta, no pátio do hotel e saí para mais um passeio pela cidade. Como qualquer local, já atravessamos a estrada com o sinal vermelho para os peões, sem medos. É indiferente atravessar no vermelho ou verde. O trânsito nunca pára em hora de ponta, embora não seja caótico como em muitas outras cidades asiáticas ou africanas.


No Bazar somos abordados por um dos logistas. Perguntam de onde somos, dizemos Portugal. Páram-nos o passo e falamos, claro de futebol. Ronaldo e Taremi, o avançado do Porto.

Digo que não gosto do FC Porto, mas insistem em mostrar o instagram do Taremi. Sempre simpáticos cunprimentam-me e continuamos. Nesta vinda ao Bazar Vakil vim com o meu companheiro de quarto - Nuno. O Nuno queria comprar lenços para oferecer às várias mulheres da família. Em ritmo acelerado acertámos com o vendedor certo. Três lenços, coisa negociada deu 4,5€ por cada um. Ups, 18:59h. A hora de encontro com os restantes era às 19:00, para jantar cedo. Às 22:00 é hora de apanhar o autocarro.


Tudo controlado estávamos a metros do ponto de encontro numa praceta com muita movida entre a entrada do Bazar Vakil e a

Mesquita Vakil.


Cjegámos às 19:00 em ponto, junto do nosso grande líder. Fábio. Junto a nós está um cidadão iraniano. O engenheiro de profissão, de nome Vahid.

Pergunta se onde somos e começa por dizer-me que, no próximo ano, vai iniciar-se o curso de língua portuguesa, em Teerão.  Dispara com a lista de países onde se fala português. Não falhou um, inclusive referiu Macau e Timor. De um fôlego só perguntou-me se eu sabia a diferença semântica entre Galego e português. Aí interrompi e perguntei-lhe se era professor de português.

Respondeu que era engenheiro mas que gostava de estudar linguística. Falou-me ainda do Portunhol que se fala na fronteira entre o Brasil e Uruguai. Vindo o Brasil à baila resvalou para o quanto gostava de mulheres brasileiras. Despedi-me sem antes o Vahid escrever o seu numero de telefone do meu telemóvel para eu lhe mandar uma mensagem e para que em retorno pudesse mandar-me um artigo que escreveu sobre as semelhanças e diferenças entre o português e o galego. E já cá tenho o artigo para ler.

O artigo está escrito em português. Disse-me que não falava português, mas durante a nossa conversa disse algumas palavras em português.


Jantar maravilha. Panini com carne de frango e um muito bom sumo de maçã . Foram 34 milhões de rials, ou seja, 5 euros.


Depôs de uma demorada contagem do dinheiro saímos para o hotel.

Apanhámos a nossa bagagem e seguimos de táxi para a estação de autocarros. o nosso taxista é tudo menos crente. Não sabe quando termina o Ramadão. É nascido e criado em Shiraz e fala num inglês bem melhor que o meu. É contra a proibição do álcool e pela abertura do país. Tem esperança que os mais jovens o vão conseguir.  Viagem rápida até à estação de autocarros. Aqui constatei que tinha perdido os óculos de ver ao perto. Para escrever esta crónica já tive de aumentar a letra do telefone.


Neste momento já vamos no autocarro para os 550 km que faremos esta noite até Ornuz. Este autocarro é do melhor. Bancos com descanso para as pernas, imenso espaço entre lugares, porta USB para carregar a panefernalia de equipamentos que trouxe. Serão cerca de 7 horas de estrada. E para além dos dois motoristas só vamos os 7 magníficos mais o nosso líder e o futuro líder desta viagem. Pelo meio haverá uma paragem. Lá para as 2 da manhã. Chegaremos antes das 07 da matina, hora em que apanhamos o barco para a ilha de Ormuz.

E, a passar junto a campos de petróleo termino por hoje. Quase meia noite. Com música iraniana e luzes vermelhas no interior do autocarro vou tentar dormir. Amanhã veremos se haverá crónica. Se existir rede na ilha cá estarei.




63 visualizações6 comentários

Posts recentes

Ver tudo

6件のコメント


João Gonçalves
4月09日

Fantástico !

いいね!

Isabel Mota
Isabel Mota
4月09日

Uma verdadeira aventura! Obrigada pela partilha e detalhe na escrita que nos faz estar aí contigo :)

いいね!

goncalo.bernardes05
4月08日

Dia incrível, e fotos ainda mais bonitas💖🥰

いいね!
Luis Bernardes
Luis Bernardes
4月08日
返信先

Thanks, Gonçalo 🙏

いいね!

sofiaavelar
4月08日

Parece que estou aí também.

いいね!
Luis Bernardes
Luis Bernardes
4月08日
返信先

❤️

いいね!
bottom of page