O Adeus.
Com partida de Igdir, no Curdistão turco, fechámos o ciclo desta viagem. Foi uma viagem cheia de emoção. Mas emoção da boa. Teve um momento mau, quando no comboio, de Kerman para Yazd nos foi comunicado que teríamos de terminar a viagem. Ainda horas antes do exército iraniano disparar os mísseis contra Israel. Antes disso e depois só momentos extraordinários.
Pessoas como as iranianas nunca vi. Simpáticas, acolhedoras, prestáveis e sem querer nada em troca.
Em quase todos os lugares por onde andámos éramos os únicos turistas. Uma atração ao passarmos. Eram, muitas vezes os iranianos que nos pediam para tirar fotografias.
Aconteceu o que aconteceu sem que em nenhum momento tivéssemos sido inconscientes ou levianos. Nós os viajantes cumprimos com o que o nosso líder da viagem nos solicitou. O nosso líder cumpriu com o que os responsáveis da Nomad decidiram. Todos a cada momento e com a informação disponível cumpriram o seu papel e responsabilidade.
Ficou uma parte da viagem por fazer. Mais importante ficou uma admiração, carinho, respeito por este país e por este povo.
Ficou também uma enorme vontade e da minha parte certeza de querer voltar, logo que possível a este país. Se a viagem tivesse continuado nada teria acontecido, com toda a certeza. Mas depois do ataque compreendemos que tínhamos de sair. Assim o fizemos, da forma mais rápida possível, seguindo as indicações de sair por terra dado que os nossos bilhetes de avião foram cancelados pelas diferentes companhias aéreas.
Mas foram 13 dias de Irão, dois de Curdistão turco e um de Istambul. Cidade que quero voltar muito em breve.
Foi a viagem de uma vida. Como sou uma pessoa com muita sorte na vida, farei com certeza outras viagens de uma vida.
Ao Fábio, ao Luis, à Margarida, ao Nuno, à Cidalina, ao Zé, à Isabel, ao Filipe, obrigado, muito obrigado. Por terem tornado este grupo numa família, por cuidarem de mim, por terem paciência comigo e me aturarem.
Não sei quando os vou rever, mas ficaram, contida a certeza na minha memória e no meu coração. Espero revê-los muitas vezes.
Mas hoje ainda foi dia de viagem. Escrevo esta crónica num quarto de hotel de Istambul. Aqui são 3 da manhã e daqui a uns minutos vamos ser transportados para o aeroporto. Ou seja, ainda não dormi hoje. Terei tempo no avião.
O dia começou cheio de sol pelo Curdistão. Não começou tão cedo como queria, pois o cansaço acumulado já é algum.
Foi tomar o pequeno almoço e voltar para as ruas de Dogubayazit. Pela manhã fervilham de gente.
Todos os negócios já abertos, os muitos barbeiros já cheios de fregueses. Há aqui uma mania qualquer de ir ao barbeiro que me escapa. Pensando bem, noutros tempos, em
Portugal, era normal os hormona irem ao barbeiro aparar a barba com frequência quase diária.
A volta foi curta. Só mesmo com direito a algumas fotos.
Enquanto isso, o Fábio fazia mais uma entrevista. Desta vez para a SIC Notícias. Tem sido uma pressão constante dos jornalistas. Querem sangue, mas nós só temos para lhes dar a verdade do que se passou connosco e a verdade que assistimos não é feita de drama, de ódio, mas sim de amor.
O filho do Zafer, adepto do Galatasaray, e um seu amigo chegaram à hora combinada. Seriam necessárias duas carrinha para o nosso transporte e das bagagens.
Foram 60 km’s de Dogubayazit até ao aeroporto de Igdir. Mais uma vez contemplamos o Ararat. A montanha mágica do Curdistão.
O avião chegou. Partimos até Istambul, via Ankara. Aqui as primeiras despedidas. Isabel e Filipe vão ficar por aqui. Depois cada um seguirá o seu caminho.
Às 19:19 aterramos em
Istambul. A paragem será curta. O avião de regresso será às 06:50 de sexta feira.
Duas horas depois de aterrarmos chegamos ao nosso hotel. Na parte antiga da cidade. À nossa espera um grande viajante e grande amigo do Fábio. Jorge Vassalo. Líder de viagens, viajante e escritor de livros de viagens. Amanhã parte para Bangkok e dias depois para as Filipinas. Assim, de vez em quando passa uns dias em Portugal.
Jantar tranquilo. Mais despedidas. Margarida e Luis não partirão connosco.
A noite está quente, a cidade ainda tem vida. Não consigo ir já para o quarto. Com vontade de ficar mais uns dias por esta cidade. Ainda tento fazer a alteração mas a diferença de valor é proibitiva.
Para uma voltinha pela cidade consigo arrastar onFabio e Nuno. Pelo caminho deixamos o viajante Jorge na estação de Tram.
Vamos andando, descendo em direção ao rio.
Num restaurante está a dar o City - Real Madrid. Jogo no prolongamento das meias finais da liga dos campeões. Sentamos-nos e pedimos um copo de vinho branco. No Curdistão turco, tal como no Irão, não é permitido beber álcool. Ou seja o tal copo com que iríamos brindar na chegada à Turquia ainda não tinha acontecido. E o restaurante, deste jantar de hoje, mesmo sendo em Istambul também não tinha.
Soube bem o copo de branco, na esplanada do restaurante a ver os penaltis da liga dos campeões. Já quase 1 da manhã e o Bernardo falha, miseravelmente o penált. O Manchester City perdeu. Como muitos dizem “São 11 contra 11 e no fim ganha o Real”.
Continuamos o nosso passeio descendo até à ponte Galat. A famosa ponte que liga a parte alta da cidade à parte baixa. A tradição com a modernidade. Continuamos a ver muitas lojas abertas.
Olhamos, fotografamos alguns dos monumentos mais emblemáticos de Istambul. Já me tinha esquecido que a cidade é tão bonita. Ainda por cima com os turistas a dormir. Istambul sobre de excesso de turismo.
Uma nada boa surpresa. Os preços estão absurdos. Mesmo tudo muito caro. Mas continua a pena voltar a Istambul.
Já é tarde, muito tarde. O corpo pede pelo menos para descansar as pernas.
Suplica por descanso.
São 2 da manhã. Temos de levantar pouco depois das 3. Deito-me? Durmo? Decisão escrever esta crónica. O tempo correu ainda mais depressa. O Nuno também é volta das escritas deles.
Num instantinho estava o nosso transporte à porta.
Termino assim as minhas crónicas desta viagem…Faltou ainda um episódio logo nos primeiros dias da viagem envolvendo a Guarda dos Costumes. Mas pediram-me para contar somente quanto estivéssemos em solo português.
Amanhã espero continuar este pequeno episódio que assistimos ao vivo como este regime musculoso funciona.
São 10:34 e acabei de aterrar à segundos. Muitos WhatsApp’s para ler 😁.
A viajem chegou ao fim. O meu blog, as minhas crónicas, essas só agora começaram.
Obrigado a quem me seguiu nesta viajem tão incrível.
Obrigada por teres partilhado esta “aventura” tão maravilhosa!
Adorei tudo e até consegui “cheirar” várias coisas, graças à forma como (d)escreves. Obrigada e Parabéns!
🍀🙏🏼❤️
Muito bom! Li tudo de uma só vez!!! Muito obrigada pela partilha!
Que bom que foi acompanhar esta tua viagem, Luís! Parabéns!!!
Parabéns pela persistência, a qualquer hora! Julgo que todos os que seguiram também terão, como eu, aprendido algo de novo contigo. Beijocas.
Welcome home!