13. Segredos da Pérsia | Dia 12- 2024.04.16

Curdistão.

O Curdistão é um território que se espalha pela Turquia, Irão, Iraque e Síria. É um povo nada bem vindo em nenhum destes países. É um povo que teima em manter as suas tradições, cultura e língua. Aqui na Turquia tem um partido, com um braço armado, o PKK. Já tiveram atividade intensa com vários ataques terroristas. Reivindicam ter o seu território e preservar a sua cultura.

É neste território que estamos desde ontem, a 33 km’s da fronteira com o Irão e também mesmo perto da Arménia.

Estamos na cidade de Dogubayazit. A chegada de noite e com a cidade a dormir deu uma ideia não muito interessante da cidade. Jantámos, dormimos.

Hoje, como quase sempre acordei cedo e com muito boa disposição. Ainda durante a noite - 04:30 da manhã, sou acordoado pelo  primeira Hazam (chamamento da Mesquita). do dia.

A Nomad, com um passe de mágica construiu um pequeno programa para passarmos o dia. Antes disso e ainda antes do pequeno almoço saiu para sentir a cidade. Estava sol, as montanhas com neve, mesmo à minha frente. Um cenário perfeito. Já deu para perceber melhor a cidade e a forma de viver. Típico da população curda os homens juntam-se nos cafés, dentro e fora em mesas baixas. As muitas barbearias já estão abertas, tal como mercearias, lojas de telemóveis, de cambio e já muitos amontoados à porta do bancos. Na rua pedonal o passo é normalmente apresado com muita gente ao telemóvel. Ao fundo o som das crianças na escola. Mulheres também na rua, mas muito menos que os homens. É uma cidade de fronteira. Uma das atividades principais é o contrabando. As muitas lojas de tudo, incluindo roupa vendem o resultado dessa atividade.

Estrangeiros não há. Primeiras impressões tiradas.

Hora de pequeno almoço. Mesmo, muito bem disposto, encontro os meus colegas de viagem no pequeno almoço. Todos cheios de energia positiva depois de uma noite bem dormida. O hotel, por ironia do destino chama-se Teerão Boutique Hotel. Impecável, já um hotel de standard europeu.

O pequeno almoço é no sétimo andar. Daqui conseguimos avistar boa parte da cidade e contemplar as montanhas com destaque para a famosa Ararat. Montanha com os seus 5.137 metros. É junto à ela que estão os vestígios da Arca de Noé.

Depois de mais um pequeno passeio saímos em direção a um palácio perto da cidade mas já na montanha. Pelo caminho e mesmo à saída da cidade passamos pelo complexo militar que alberga cerca de 20 mil militares e as suas famílias. Esta é uma zona particularmente sensível, por ser curda e estar junto às fronteiras da Arménia e Irão.

O Palácio está bem preservado e com uma vista fantástica sobre as montanhas em seu redor.

De volta à cidade para comprar mantimentos para o nosso picnic. O dia estava cheio de sol e o objetivo era relaxar, descomprimir. Como sempre o grupo funcionou na perfeição. Mantimentos comprados e conduzidos pelo Zafer, o nosso motorista curdo, fomos para o nosso picnic. O Zafer é de famílias muçulmanas, mas não é muçulmana. Nada normal por estas bandas. É um bom contador de histórias. Serviu no exército turco durante 18 meses. Hoje em dia o serviço militar obrigatório é somente de 6 meses. Na escola somente aprendeu turco. Em casa, sim, aprendeu curdo. No Curdistão oficialmente não se ensina a língua curda.

O sítio do picnic era lindíssimo. Rodeado pelas montanhas, junto ao lago sazonal feito pelo degelo. O picnic acabou por ser numa quinta de um conhecido do Zafer. Aqui está a nasecer um complexo de pequenas casas, bem integradas na natura a e que servirão para o descanso dos caminhantes das montanhas. Para nossa surpresa aparecem uns noivos com as suas damas de honor para uma longa sessão fotográfica. O casamento será esta noite. Tal como outros que aconteceram nesta de terça -feira. Com a jeitinho conseguimos tirar uma foros com os noivos. Pelo meio fizemos o nosso picnic.

Muitas fotos depois seguimos para a visita aos vestígios da Arca de Noé . Segundo os relatos da Bíblia e estudos, mais ou menos científicos situa-se perto da montanha Ararat. Mesmo perto, a uma centenas e metros existe um marco que assinala a fronteira do Irão. Mas sem estrada. Estamos na montanha.

Discussões animadas se era ou não a Arca de Noé regressamos à nossa cidade. Mais uma voltinhas e chá num mercado e rua. Jantar combinado e restaurante sugerido pelo Zafer. Este sim, foi o último jantar de todos juntos. Amanhã voamos só Curdistão. Quase todos em direção a Istambul. A Isabel

ficará por Ankara.

Jantar emotivo, com discurso do nosso líder e dois todos falámos. Sem dúvida um grupo fantástico e abençoados pelo líder que tivemos o privilégio de nos acompanhar. Com a certeza de querermos voltar ao maravilhoso país que é o Irão.

E eu com a crónica ainda sem uma linha escrita. bora lá para o hotel que os meus leitores estão à espera de notícias minhas 😁. Amanhã será mais um dia longo. Já em Istambul. A próxima crónica, provavelmente já será publicada em Lisboa.

Amanhã publico as forma de hoje. A rede não está. A colaborar e o cansaço já é muito.